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Baterias: a chave para a flexibilidade e segurança do setor elétrico
Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2025 – O setor elétrico brasileiro vive um momento de profunda transformação, impulsionado pela crescente e essencial participação de fontes renováveis não controláveis, como a eólica e a solar. Embora cruciais para a descarbonização, a variabilidade dessas fontes traz um desafio crítico à operação do Sistema Interligado Nacional (SIN): a necessidade imperativa de flexibilidade.
O Sistema Interligado Nacional opera na frequência de 60 Hz e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) atua como guardião dessa grandeza. Para garantir que a frequência do sistema permaneça estável (60 Hz), o ONS precisa manter um equilíbrio constante entre a oferta de geração e a carga solicitada pelo sistema. Eventos recentes, como a necessidade de cortar quase 98% da geração passível de corte em determinado momento do último Dia dos Pais, devido à carga reduzida, reforçam a urgência por soluções que possam responder a essa dinâmica.
É neste cenário que os Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (BESS) emergem como ativos estratégicos, podendo oferecer maior flexibilidade. Os BESS atuam de forma dual, podendo apresentar comportamento análogo a uma carga (consumindo energia para carregar as baterias) ou a uma fonte geradora (injetando energia na descarga).
A adoção de baterias transcende a simples reserva de energia. Elas são um grande aliado das renováveis ao contribuir significativamente para a redução do curtailment, ou seja, o corte de geração. Ao criar demanda por energia durante o carregamento, os sistemas BESS diminuem a necessidade de impor cortes nos projetos eólicos e solares de geração centralizada, um problema que tem desafiado a operação e, eventualmente, afastado novos investimentos.
Adicionalmente, os BESS podem oferecer outros serviços vitais ao sistema, como a redução de restrições elétricas na rede e o fornecimento de inércia sintética, compensação de reativos e capacidade de grid forming. Embora o custo ainda seja a principal fonte de otimização da solução, um estudo da consultoria Aurora Energy Research, encomendado pela Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae) já indica que, para o atendimento da ponta de carga (o objetivo do esperado leilão de reserva de capacidade exclusivo para soluções de armazenamento), as baterias podem ser mais competitivas do que as usinas térmicas. Por outro lado, é fundamental reconhecer que não se trata de uma rivalidade: BESS e térmicas são fontes complementares, capazes de entregar produtos diferentes. UTEs garantem a segurança energética e lastro que o nosso sistema de base hidro-térmica necessita, gerando energia sob demanda e por períodos indefinidos, enquanto os BESS trazem alinhamento com a pauta da transição energética, otimização do uso de fontes renováveis e redução de curtailment, além, principalmente, de flexibilidade.
O potencial do BESS está claro, mas sua plena integração e viabilização dependem de avanços regulatórios e de mercado. A Consulta Pública (CP) 39/2023 da ANEEL representou um passo importante na regulação do BESS, mas a questão da cobrança da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) ainda se coloca como um entrave, pois a ANEEL, ainda que enquadre os BESS como Produtor Independente de Energia (PIE, portanto, geração) propõe a cobrança do encargo de uso do sistema de transmissão tanto pela função consumo (aplicável ao carregamento dos sistemas de armazenamento) quanto pela função geração (aplicável ao despacho das baterias), o que encarece indevidamente a tecnologia para o sistema e, consequentemente, para o consumidor.
Por outro lado, a CP 176/2024 do MME demonstrou o interesse do governo em lançar um Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) dedicado a esta tecnologia. Este leilão é visto como o pontapé inicial para a tecnologia no país, vez que estabelece condição mínima para a viabilização dos projetos e estimulará a estruturação de uma cadeia de suprimentos nacional, o que, por sua vez, tende a diminuir o custo de implantação no médio prazo.
Como destacado pelo ministro de Minas e Energia, a portaria do leilão é esperada para o final de 2025, com a expectativa da realização do certame no primeiro semestre de 2026. Com a evolução da regulação e a consolidação de um mercado, os players poderão explorar e ser remunerados pelos diversos serviços que a tecnologia de baterias pode prestar, a exemplo do que já ocorreu em outros países, como o Reino Unido.
Na EDF power solutions, o desenvolvimento de soluções flexíveis é um dos eixos centrais de nosso plano Ambitions 2035. Temos vasta experiência com o desenvolvimento de projetos de baterias em diversas geografias, incluindo América do Norte, Europa, África, Ásia e Oceania. Atuamos tanto no modelo stand-alone quanto no modelo colocalizado, associado a uma planta de geração.
Estamos prontos para aplicar nossa expertise global para contribuir com a segurança energética do Brasil, promovendo uma integração mais eficiente e robusta das energias renováveis, entre outras soluções. O armazenamento de energia em baterias não é apenas uma tecnologia; é o catalisador da flexibilidade que o futuro elétrico brasileiro exige.
* Artigo assinado por Alexandre Azevedo, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da EDF power solutions.
Sobre a EDF power solutions
Integrando os negócios da EDF Renewables e da Divisão Internacional do Grupo EDF, a EDF power solutions é um player internacional no setor de energia que desenvolve, constrói e opera usinas de geração de energia renovável e de baixo carbono, além de soluções flexíveis de energia e transmissão de eletricidade.
Como um dos principais atores na transição energética mundial, a EDF power solutions implementa, dentro da EDF, projetos competitivos, responsáveis e que geram valor. Em 25 países, nossas equipes demonstram seu compromisso com as partes interessadas locais todos os dias, acrescentando sua expertise e capacidade de inovação no combate às mudanças climáticas. A EDF power solutions opera com 31 GW de capacidade instalada bruta em todo o mundo. Com suas habilidades tecnológicas e comerciais, bem como o conhecimento local, a companhia desenvolve ofertas inovadoras para apoiar a transição para a descarbonização e desenvolver sistemas elétricos mais eficientes.
A EDF power solutions oferece uma ampla gama de tecnologias para produzir eletricidade de baixo carbono (energia eólica, solar, hidráulica, biomassa), aumentar a flexibilidade do sistema de energia (bateria, PSP, solução híbrida, térmica de baixo carbono etc.) e reduzir a pegada de carbono de nossos clientes (mobilidade elétrica, hidrogênio, soluções off-grid, mini-redes, etc.). No Brasil, a EDF power solutions conta com 2,7 GW de capacidade instalada em projetos de fontes térmica a gás, hídrica, eólica e solar nas regiões da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraíba.
Para mais informações: www.edf-powersolutions.com
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